terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Dez vidas daria se as tivesse, para salvar as deles! Obs.: Palavras do mártir ao saber que a rainha concedera clemência a seus companheiros condenados a morte, excluindo ele do perdão" - Tiradentes


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O QUE FOI A INCONFIDÊNCIA MINEIRA?

Bandeira criada no movimento da Inconfidência Mineira (atual bandeira de Minas Gerais)

A partir de meados do século XVIII, Minas Gerais entrou em crise econômica. As jazidas de ouro estavam se esgotando e cada vez mais os mineiros se endividavam e empobreciam. Mesmo assim, a Coroa Portuguesa não reduziu seus impostos sobre as atividades econômicas, mantendo a cobrança do quinto, que era o imposto de 20% sobre toda produção aurífera, e a obrigação de que cada região mineradora deveria garantir 100 arrobas anuais à Coroa portuguesa. Porém, essa meta não era garantida, e, para Portugal, isso ocorria devido ao contrabando do ouro nas minas. O pagamento dos impostos por parte dos mineradores começou a atrasar. Portanto, os impostos começaram a acumular-se.
A chegada do novo governador das Minas Gerais em Vila Rica, o visconde de Barbacena, abriu o caminho para a aplicação da derrama, que consistia na cobrança a força das dívidas acumuladas, inclusive com o confisco de bens e propriedades.
A derrama estava marcada para fevereiro de 1789 em dia a ser escolhido. Essa foi a gota d’água para que um grupo de homens passasse a conspirar contra as autoridades portuguesas. Esses homens pertenciam à elite econômica (elitista), sendo eles mineradores, fazendeiros, coronéis, burocratas. Defendiam o conhecimento e igualdade, desejando a independência do Brasil e criação de uma república. Também, defendiam a liberdade, mas não defendiam a abolição da escravidão, pois usava os escravos como mão-de-obra. Foram influenciados pelo pensamento iluminista, que pregava contra as monarquias absolutistas, defendendo os princípios da liberdade das colônias.
À época, os defensores do domínio português preferiam difamar esse movimento, dando aos seus seguidores o nome de inconfidentes, porque praticavam uma inconfidência, isto é, uma traição ao rei absolutista de Portugal.

Eram propostas dos inconfidentes: o estabelecimento de um governo independente de Portugal; a adoção de uma bandeira que conteria a frase latina “Libertas quae será tamen” (Liberdade ainda que tardia); a capital ser transferida para São João Del Rei; criação de indústrias; criar em Vila Rica a Universidade que seria fundada como a primeira do Brasil;

Depois de muitas reuniões secretas, à noite, os inconfidentes marcaram o levante armado contra Portugal para o dia da cobrança da derrama. Infelizmente, antes do dia marcado, Joaquim Silvério dos Reis, que a princípio estava a favor do movimento, pois era um devedor de impostos, denunciou a conspiração ao Visconde de Barbacena, traindo seus companheiros em troca de perdão de suas dívidas.
O Visconde suspendeu a derrama e expediu ordens de prisão contra os inconfidentes. Com o apoio das autoridades portuguesas instaladas no Rio de Janeiro, iniciou-se uma sequência de prisões. Os líderes do movimento foram detidos e responderam pelo crime de inconfidência (falta de fidelidade ao rei).
No começo, os inconfidentes negaram a existência de um movimento contrário à Coroa portuguesa, porém ao longo das audiências vários participantes presos passaram a confessar a existência da conspiração, descrevendo detalhadamente as reuniões, os planos e os nomes dos participantes, entre eles, Tiradentes. A investigação, conhecida como devassa, promoveu a acusação de muitas pessoas. Dentre os inconfidentes, onze foram sentenciados à pena de morte. Desses, apenas Tiradentes foi executado, enquanto os demais tiveram a pena comutada para prisão perpétua, por D. Maria I, então rainha de Portugal.



Por: Natália de Jesus Silva

O “Romanceiro da Inconfidência” é uma das obras literárias mais famosas sobre a Inconfidência Mineira. Escrito por Cecília Meireles, foi publicado em 1953. Em uma viagem à Ouro Preto, Cecília se envolveu com a história da Inconfidência, passando a escrever de forma poética sobre episódios marcantes.

O Romanceiro é formado por um conjunto de romances, poemas curtos de caráter narrativo, e histórias que permaneceram na memória da população.

A autora recria a atmosfera da Vila Rica (hoje Ouro Preto), como a mineração, as rivalidades, os altos impostos cobrados pela Coroa, a conscientização de alguns intelectuais, as ideais de liberdade, as prisões dos envolvidos, e as punições finais. Assim, cada elemento histórico adquire um valor simbólico.

Abaixo, trechos da obra:

Romance LXXIII ou Da Inconformada Marília

“Pungia a Marília, a bela,
negro sonho atormentado:
voava seu corpo longe,
longe por alheio prado.
Procurava o amor perdido,
a antiga fala do amado.
Mas o oráculo dos sonhos
dizia a seu corpo alado:
“Ah, volta, volta, Marília,
tira-te desse cuidado,
que teu pastor não se lembra
de nenhum tempo passado...”
E ela, dormindo, gemia:
“Só se estivesse alienado!”

Entre lágrimas se erguia
seu claro rosto acordado.
Volvia os olhos em roda,
e logo, de cada lado,
piedosas vozes discretas
davam-lhe o mesmo recado:
“Não chores tanto, Marília,
por esse amor acabado:
que esperavas que fizesse
o teu pastor desgraçado,
tão distante, tão sozinho,
em tão lamentoso estado?”
A bela, porém, gemia:
“Só se estivesse alienado!”
(...)”

A fala dos Inconfidentes

“Treva da noite, Parada noite,
lanosa capa suspensa em bruma
nos ombros curvos não, não se avistam
dos altos montes os fundos leitos...
aglomerados... Mas, no horizonte
Agora, tudo do que é memória
jaz em silencio: da eternidade,
amor, inveja, referve o embate
ódio, inocência, de antigas horas,
no imenso tempo de antigos fatos,
se estão lavando... de homens antigos.
Grosso cascalho
da humana vida... E aqui ficamos
Negros orgulhos, todos contritos,

ingênua audácia, a ouvir na névoa
e fingimentos o desconforme,
e covardias submerso curso
[e covardias!] dessa torrente
vão dando voltas do purgatório...
no imenso tempo, Quais os que tombam,
- a água implacável em crime exaustos,
do tempo imenso, quais os que sobem,
rodando soltos, purificados?
com sua rude
miséria exposta...”


Para quem ficou interessado em saber mais sobre essa obra, acesse

Por: Paloma Margaritelli

TIRADENTES: VIDA E PARTICIPAÇÃO NA INCONFIDÊNCIA MINEIRA

Retrato de Joaquim José da Silva Xavier

Fonte: http://rondoniaadentro.com.br/admin/imagens/new/31_2156-tiradentes-r1-c1.jpg


Joaquim José da Silva Xavier, seu verdadeiro nome, nasceu em 1746 em Minas Gerais, foi criado em Vila Rica (atual Ouro preto). Filho de Domingos da Silva Santos e Antônia da Encarnação Xavier, tinha sete irmãos. Ficara órfão aos onze anos de idade. Após a perda dos pais labutara com os irmãos nas propriedades herdadas. Já com cerca de vinte anos tentara a vida como tropeiro na Bahia, porém os negócios não prosperaram.

No ano de 1775 Tiradentes estava perto dos seus trinta anos e sobrevivera todo esse tempo aplicando as artes de dentista, aprendidas com o tio e padrinho. Nessa época também se alistara no exercito onde se destacou recebendo o posto de alferes. Até então Joaquim tinha muitas qualidades, porém poucas recompensas por elas.

Foi por volta do ano de 1775 também que um plano de conspiração começara emergir em sua mente, já que nessa época as autoridades só tinham olhos para a cobrança de impostos, o que o irritava profundamente, e, além disto, Joaquim almejava um Brasil livre e industrializado para que pudesse desenvolver e virar uma potência mundial.

Tal plano começara a nascer na biblioteca do cônego Luís Vieira da Silva, pois foi lá que conheceu as teses iluministas, a partir de então passara a segui-las. Ao segui-las teria tido uma mudança de comportamento, passara a andar sempre com livros debaixo do braço, isso o renderam novos apelidos como: o ‘‘Liberdade’’ e o ‘’ Gramaticão’’ e mais para frente teriam um desfecho trágico o qual estudamos até hoje.

Foi também na biblioteca do cônego que começou a se reunir com personalidades de Vila Rica, dentre as personalidades constavam: Tomás Antônio Gonzaga, Inácio José de Alvarenga Peixoto e José Álvares Maciel; este último seria um dos mentores assim como Tiradentes da conspiração que viria a seguir.

Os conspiradores desejavam a industrialização da Colônia e a separação da mesma da Metrópole Portugal. Porém não havia intenção de libertar os escravos já que muitos dos inconfidentes eram donos de propriedades e dependiam da mão de obra escrava. Eram interesses mais voltados a elite mineira que era bastante prejudicada com os impostos da época.

Tal conspiração fora preparada para estourar no dia da cobrança da derrama, porém tudo iria por água abaixo após a descoberta do golpe.

A conspiração fora desmantelada em 1789, delatada por Joaquim Silvério dos Reis que era até então um inconfidente, delatara o movimento para conseguir perdão de dívidas com a coroa. A população não estava envolvida, o que facilitou as coisas para as autoridades.


O terrível desfecho de Tiradentes


Ilustração da obra de Tiradentes esquartejado em praça pública.
autor: Pedro Américo, 1893
fonte:http://www.actiradentes.com.br/wp/?p=25

Após todos serem presos pela coroa foram condenados, eram 28 no total, pelo crime de ‘lesa-majestade’, pena de morte somente para 10, porém comutada em última hora, livrando da morte o resto dos conspiradores e fazendo com que somente Joaquim José da Silva Xavier perdesse a vida em nome da sentença.

Tiradentes fora executado em 1792, ano em que fora lida a sentença, em praça pública localizada no Campo de São Domingos no Rio de Janeiro, esquartejado e partes de seu corpo distribuído em vários locais de MG, sua cabeça fincada em um poste em Vila Rica.

Veja aqui a sentença dirigida a ele: ‘ Portanto condenam o réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi do Regimento pago da Capitania de Minas, a que, com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca, e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde no lugar mais público dela, será pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregado em postes, pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios das maiores povoações, até que o tempo também os consuma, declaram o réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados, e mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu; [...]’’

Fonte:http://www.abrali.com/033fatos_e_personagens/2104tiradentes/historia_da_inconfidencia.htm4tiradentes/historia_da_inconfidencia.htm

Certamente sua morte serviu de lição para segundos que tentassem outra conspiração. Analisando agora o fato de Tiradentes ter sido o único a ser morto fica uma grande dúvida: se ele foi realmente um dos grandes, se não o grande mentor da conspiração, ou se foi apenas um dentista que serviu como bode expiatório.

"O papel mais arriscado, quero-o para mim. Obs.: Declarou numa das reuniões dos inconfidentes." - Tiradentes



Charge sobre a morte de Tiradentes

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP6OBFrs379UqYWnfg-GBoE4zHrjzNrR2yQBcHeC-YEJjQrLdvmU0xYEZEfwmk80OxuuXU5VE8ogPPFH8j32geHKD5_9BnWIAiSUj4WjyU41EYQDuuiW2NvCxnyzZyQ3dCNiQjj13YvF-f/s320/clayton_tiradentes.jpg



Por: Gabriel Luiz



Charge a Tiradentes
autor: Cleuber
fonte:blogdodavidbor.blogspot.com

QUEM FORAM OS INCONFIDENTES?

Os participantes do movimento da Inconfidência Mineira 1789 são chamados de inconfidentes. Não sabemos com exatidão quantos foram os inconfidentes. Alguns deles são mais conhecidos e a história dos mesmos acaba sendo confundida com a história do próprio movimento.

Após a devassa (investigação), vinte e quatro inconfidentes foram condenados, sendo 12 deles sentenciados à pena de morte. Porém, ao final, as punições de 11 deles foram alteradas para degredo (exílio) e apenas um deles, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi morto, fazendo com que principalmente sua história fosse lembrada até hoje.

Reunimos as histórias de outros inconfidentes que valem ser lembrados.

Joaquim Silveira dos Reis Montenegro Leiria Grutes (1755 – 1819) Nasceu em Portugal, e no ano de 1776 começou a comercializar no Rio de Janeiro com o objetivo de fornecer gado e sal para regiões mineiras. Em 1777 já estava totalmente estabelecido e em 1782, arrematou um contrato das entradas para o triênio (medida de tempo equivalente a três anos, no caso de 1782 a 1784). A partir desse contrato, recebeu um convite do Governo para entrar no levante, já que o “homem ideal”: rico, poderoso e tinha motivos para ver-se livre da opressão do fisco de Portugal. Até que a Real Fazenda o chamou para “prestar contas”. O único jeito de se safar era contando da conspiração, sendo assim o primeiro delator. Sem poder continuar em Minas Gerais (houve ataques contra ele) e sem amigos no Rio de Janeiro, Joaquim mudou-se para Portugal e no mesmo ano o Príncipe Regente o declarou Fidalgo da Casa Real e Tesoureiro-mor da Bula, perdoando assim, todas as suas dividas. Voltou para o Brasil para exercer tal profissão e em 1808 foi mandado para São Luiz do Maranhão onde faleceu em 1819.

Tenente Coronel Francisco de Paula Freire Andrade (1756 – 1809) Nasceu no Rio de Janeiro e era filho do segundo Conde de Bobodela que governava a capitania de Minas Gerais. Aos 12 anos entrou como cadete no Regimento da Infantaria do Rio de Janeiro, e aos 24 se tornou Coronel Do Regimento da Cavalaria de Minas Gerais. Em 1779 criou laços com Tiradentes, ainda sendo um militar de alta patente. A partir daí, se envolveu na conspiração, mesmo não concordando em iniciar uma revolta armada. Após Joaquim Silveira (citado acima) ter feito a denuncia contra a conspiração, o Coronel decidiu recuar e entregou uma carta para o governador denunciando a conspiração. Por tais atos, foi preso e condenado à morte, no qual não ocorreu, passando a ter pena perpetua no interior de Angola. No final de sua vida, mandou uma carta para o ministro querendo voltar ao Brasil. Morreu sem receber resposta.


Inácio José de Alvarenga Peixoto (1742-1792), nascido no Rio de Janeiro. Fora enviado a Coimbra em Portugal pelo pai para estudar direito, onde se formou em 1768 e também onde começou sua carreira como poeta. Apesar de seu caráter generoso, Inácio acabou se envolvendo com a conspiração por estar diante de dividas e altos impostos. Após a descoberta da conspiração Inácio foi deportado para Angola onde faleceu. Em seus poemas pode-se notar uma postura insatisfeita em relação à sociedade da época.

José Álvares Maciel (1760 – 1804), nascido em Vila Rica, formado na Universidade de Coimbra assim como Inácio José, Álvares Maciel optara por filosofia. Nessa mesma época em que se formara, passara cerca de um ano e meio estudando química e mineralogia em Londres, onde teve contato com o Iluminismo. Lá já pensava em um Brasil independente, e após seu retorno ao Brasil em 1788 acabara entrando para a conspiração, esta que já estava em estado avançado. Após a descoberta também fora deportado para Angola, passara por Portugal e encontrava-se em dificuldades antes de falecer.

Luiz Antônio Furtado de Castro do Rio Mendonça (1754 – 1830), nasceu em Lisboa. Era o sexto Visconde de Barbacena, mais tarde o primeiro conde de Barbacena. Em 1788 seguiu pra o Brasil junto com a família. Quando chegou em Vila Rica estava ocorrendo a derrama. Barbacena deixou-se por algum tempo, envolver-se pelas idéias que dominavam a sociedade em Vila Rica. A situação para ele iria se tornando delicada em Vila Rica por este motivo tratou de, discretamente, afastar-se de tão freqüentes debates, já bastante comprometedores, embora sonhasse aderir a essa causa, desde que ele tivesse chances de se tornar embaixador da nova republica que iria fundar. A estratégia usada pelo governador foi extremamente lógica e inteligente, pois ao receber a denuncia de Joaquim Silvério dos Reis mandou o delator ao Rio de janeiro para repetir a denuncia ao Vice-rei junto com oficial de sua confiança para alertar ao vice-rei que o “dedo-duro” conseguiu espionar os principais envolvidos no golpe, com isto reuniu dados para avaliar as reais proporções do movimento. Visconde de Barbacena após a devassa ainda ficou mais oito anos em Minas Gerais, e jamais foi criticado pela opinião publica e os moradores do Arraial de Capela Nove, quando da transformação em vila solicitaram o nome para Barbacena.

Padre Luiz Vieira da Silva (1735 – 1809) nasceu em Soledade. Foi o maior líder da conspiração republicana mineira de 1785 / 1789, foi um líder intelectual, coordenador, estrategista e um dos grandes oradores sacros de Minas Gerais e foi considerado sem contestação, entre os mais sábios intelectuais de sua geração. Foi preso em 1789, e óbvio que não poderia estar entre os revolucionários que formariam tropas, nem entre os que entraria com dinheiro, seu papel era o de organizador, coordenador de revolta, foi ele que elaborou o modo de rebelião militar e a forma de consolidá-lo, e em seus discursos revolucionários feitos sem qualquer temor ele pregava que o Brasil tinha o direito de ser independente e que poderia ser livre, pois não dependia em nada de Portugal. Denunciado por Basílio de Brito em Abril de 1789 ele foi preso em 22 de Junho de 1789, depondo pela primeira vez na condição de preso de 1789 na Casa dos Contos e no dia 8 de Julho de 1789. Quando depôs, foi o mais firme de todos os inconfidentes, e o mais pressionado, em seus depoimentos quando negou que soubesse qualquer coisa sabre o levante. Ficou preso na Fortaleza da ilha das Cobras onde foi interrogado mais quatro vezes e sempre negando. Ficou um ano incomunicável na prisão, saindo apenas para ouvir a sua sentença de degredo para a ilha de São Tomé. Saiu do Rio de Janeiro, chegando a Lisboa ficou preso na Fortaleza de São Julião da Barra onde ficou quatro anos, e no ano de 1796 o Padre Luiz Vieira da Silva obteve autorização para deixar a prisão e recolher-se a clausura do Convento de São Francisco da cidade onde permaneceu mais seis anos, e nos ano de 1802 obteve parecer favorável no seu processo de indulto emitido pelo Visconde De Barbacena, regressando ao Brasil aonde veio a falecer.

Capitão Manoel da Silva Brandão (sem registro) serviu no regime de Vila Rica. Era considerada figura chave na conspiração, mas em Março de 1789 foi nomeado Comandante de Destacamento Diamantino sediado em Vila do Tejuco ao norte de Minas Gerais, onde continuava a fazer os encontros conspiratórios iniciados em Vila Rica. Depois da devassa foi encontrado reunido secretamente na madrugada com o irmão do padre Rolim, foi surpreendido pelo Cadete Lourenço Orsinio, mas em golpe de sorte e meio que armado, o Capitão Brandão esquivou-se de modo suspeito deixando que o Padre Rolim escapa-se, fato que não passou despercebido ao seu comandante o Tenente Fernando de Vasconcelos que era contra os revolucionários. Por este motivo ordenou que outro oficial perseguiu-se e prende-se o Padre Rolim, intimidou Capitão Brandão a apresentarem-se em Vila Rica, quando o prende tenta intimidá-lo, mas tempos depois solta-o não o incomodando mais, embora o considerasse muito suspeito.

Tomas Antônio Gonzaga (1744 -1810) nasceu em Portugal na cidade de Porto. Mais tarde foi um dos mais importantes no movimento dos Inconfidentes de 1789, o verdadeiro líder da conspiração, moral, intelectual e decisório. Tinha a tarefa de redigir a Constituição e os documentos legais mais importantes da institucionalização da nova situação política a ser criada pelos inconfidentes. Tiradentes admirava-o muito e sabia que, com o sucesso da revolução, Gonzaga seria o primeiro entre os primeiros. Quando preso enfrentou seu destino foi interrogado várias vezes, permaneceu mais de dois anos incomunicável, mas nenhuma vez denunciou qualquer plano ou parte do plano, nem pessoas envolvidas na revolta. Assim que foi condenado ao degrado em Moçambique, Tomas Antônio Gonzaga partiu logo após a sentença no primeiro navio disponível. Logo foi nomeado como Promotor dos Defuntos e Ausentes exerceu este cargo até 1805 e no ano de 1807 tornou-se procurador da Coroa, mas em 1809 foi nomeado como Juiz da Alfândega, e pelo fato de ser o único advogado habilitado em Moçambique e assim permaneceu ate o fim de sua vida.



Por: Allan Lima, Gabriel Luiz, Natalia de Jesus Silva, Nayara Ayello, Paloma Margaritelli

Para quem curte obter informação vendo cinema, selecionamos dois filmes que contam um pouco mais da história da Inconfidência.

Os Inconfidentes

Ficha Técnica

Título original: Os Inconfidentes
Gênero: Drama/Histórico
Duração: 100 min.
Lançamento (Brasil): 1972
Direção: Joaquim Pedro de Andrade
Roteiro: Joaquim Pedro de Andrade e Eduardo Escorel

Sinopse : Com base nos Autos da Devassa e na poesia dos inconfidentes de Cecília Meireles, Joaquim Pedro de Andrade contesta opiniões oficiais sobre a história da Inconfidência Mineira. Realizado para a TV Italiana, RAI, como parte da série intitulada “A América Latina vista por seus idealizadores”, Os Inconfidentes foi sucesso internacional de crítica e público, tendo sido premiado no Festival de Veneza.


O Mártir da Independência TIRADENTES


Ficha técnica:

Título original: Tiradentes

Gênero: Drama

Duração: 2h04

Ano de lançamento: 1977

Direção: Geraldo Vietri

Roteiro: Geraldo Vietri

Sinopse: A trajetória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira, um movimento surgido em Vila Rica (Ouro Preto) em 1789. Tiradentes sonhou junto com amigos e intelectuais ver o Brasil independente do domínio português, mas esbarrou na traição de Joaquim Silvério dos Reis.


Para mais informações sobre os filmes:

http://www.filmesdoserro.com.br/film_in.asp

http://www.enterplay.com.br/filme/tiradentes-o-martir-da-independencia-43078.htm



Por: Paloma Margaritelli